Humantech Marketing. marketing molecular e humano

Um blog em que se exprimem opiniões, visões, resultados de investigações, de um mundo em que o marketing e a tecnologia se cruzam, no caminho para um Marketing Molecular e Humano


10 Tendências do marketing/tecnologia para 2024

  1. Inteligência Artificial Democratizada, Realidade Estendida, Metaverso

A Inteligência Artificial (AI) e, em particular a AI Generativa, passam a constituir ferramentas indispensáveis a alavancar o trabalho humano, no caso dos marketers, publicitários e gestores, nos domínios da criação de imagem e vídeo, conteúdos, geração de textos e gestão de tarefas administrativas. Mais do que substituir a Pessoa no seu trabalho, ela vai constituir um instrumento de aumento e alargamento das suas capacidades humanas (augmented citizen, augmented marketer, augmented consumer) e a um aumento de produtividade das empresas.

2024 vai ser, pois, um ano de grande desenvolvimento das soluções de hardware (Realidade Virtual) e de IA e IA Generativa, com a sua integração na vida quotidiana das pessoas, com acentuada concorrência entre os grandes players: Open AI/Microsoft, IBM, Amazon, Google, Nvidia, Meta, Apple. 

Com vários metaversos ou “um eventual Metaverso” no futuro, é crucial que as empresas experimentem este novo meio, que será tanto mais eficaz quanto o desenvolvimento tecnológico que permita equipamentos mais “portáteis” e amigáveis, e velocidades de comunicação superiores, que vão permitir a presença virtual através de avatares hologramáticos.

  • 2. Datafication e analytics. Blockchain

Os dados são o ingrediente necessário para uma ligação relevante com os clientes e com o mercado. A sua colecta, tratamento (cloud e edge computing) e análise (AI-driven decision making) são indispensáveis para um serviço personalizado, através de sistemas de CRM, Inteligência Artificial (Machine Learning, Deep Learning). 

Torna-se premente a vigilância e a obediência a comportamentos éticos e de privacidade. As instituições, empresas e cidadãos europeus têm de estar atentos ao cumprimento do RGPD/Regulamento Geral de Protecção de Dados e outros sistemas de outros continentes.

A preocupação com a privacidade, a segurança e maior eficiência e transparência de transacções, vai sendo potenciada pelo desenvolvimento de cadeias de Blockchain, nas diversas áreas de actividade, desde a gestão de bases de dados, às criptomoedas, à auditoria das cadeias de valor transaccional. 

  • 3. Internet-of-Everything, Everywhere

A Starlink, da empresa SpaceX de Elon Musk, já deu o mote. Brevemente, o sistema de Internet por satélite estará disponível em qualquer local da Terra – do mais recôndito deserto à mais elevada montanha – permitindo ligações mais rápidas, sem limitações geográficas, no caminho para um mundo totalmente interligado.

Internet-of-Things continuará a ser estendida a cada vez mais aparelhos e instrumentos, no domínio industrial (fábricas inteligentes), agricultura (controlo de colheitas), nas cidades (controlos de tráfego), nas casas particulares e escritórios (electrodomésticos e outros), a Internet-of-Everything.

  • 4. Brain-computer interfaces (BCI)

Também neste campo, uma outra empresa de Musk, a Neuralink vai, durante 2024, iniciar a experiência da implantação de microchips em 11 cérebros humanos com handicap, que se voluntariaram, com o objectivo de tentar debelar situações de incapacidade física e mental que apresentam. 

Como hardware de ligação sem fios a sistemas exteriores (PC, smartphones), virá a constituir um elemento de interacção Ser Humano/Tecnologia (hardware)/ Inteligência Artificial (software) conduzindo, em primeiro lugar, à potencial melhoria clínica das pessoas, objecto das intervenções e, posteriormente, a um melhor conhecimento das reacções das pessoas a certos estímulos exteriores, elemento a explorar, com relevância para o marketing. 

  • 5. Transformação Digital centrada no cliente

Os processos de transformação digital de reorganização empresarial têm de continuar a ser concebidos e desenvolvidos, centrados no cliente e no seu serviço, de forma a poderem disponibilizar um serviço, sem fricções e mais adequado àqueles e, em consequência, conduzir a resultados operacionais mais elevados.

  • 6. Tecnologia Sustentável e Humanizada. Ética

A sustentabilidade ambiental, social e económica vai continuar a determinar as políticas empresariais e públicas. A tecnologia assume aqui um papel de relevo, na medida em que vai permitindo ganhos de eficácia e eficiência nos equipamentos produtivos, a uma maior eficiência energética e ambiental e a uma maior humanização das soluções. 

A ética e a privacidade têm de constituir um elemento de preocupação das sociedades, sendo imperativo o desenvolvimento de processos regulamentares de governança nestas áreas. 

  • 7. Experiências personalizadas de cliente

Os clientes exigem, cada vez mais, experiências adequadas aos seus interesses, no momento que o desejam e valores que se coadunem com os seus, ao longo da sua jornada de relação com as empresas. A utilização da IA, como a Análise de Sentimentos permite uma maior humanização, pela possibilidade de um maior ajustamento dos chatbots ao estado de espírito dos interlocutores, em cada momento da relação. Há que atender à ultraconveniência, ao envolvimento hiperpersonalizado, à sustentabilidade e à ligação às comunidades, que para eles sejam relevantes. 

  • 8. Marcas com propósito e socialmente relevantes

Num ambiente em que as pessoas são cada vez menos fiéis às marcas, as marcas bem-sucedidas são aquelas que perfazem, pelo menos três critérios: tenham um Propósito, reduzam as fricções na relação com o cliente e constituam um agente de mudança. Complementarmente, a criação de confiança e proximidade com o cliente, a sua relação humanizada, a capacidade de criar intimidade, a sua diferenciação e, em especial a capacidade em criar experiências positivas, relevantes e memoráveis, são igualmente fundamentais.

  • 9. Flexibilidade, Adaptabilidade, Agilidade

Com as mudanças tão rápidas, mesmo exponenciais nalgumas áreas (comportamentos de compra, tecnologia, concorrência) as empresas têm de ser flexíveis, aligeirando as suas estruturas organizativas e hierárquicas, de forma se adaptarem a essas mudanças, de uma forma ágil, disruptiva na sua organização, mas de forma a conservarem a sua capacidade competitiva. 

  1. 10. Novas profissões e funções

Com a evolução exponencial da Inteligência Artificial, há que estar atento à formação nas novas funções e tarefas que se avizinham, como a engenharia computacional, criadores e editores de conteúdos, prompt engineers, auditores de segurança, especialistas de integração tecnológica, planeadores de metaverso, green jobs.  

      Carlos Manuel de Oliveira

      Humantech Marketing Researcher

      Lisboa, Janeiro 2024



Deixe um comentário