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ChatGPT. Dall-E. Lensa… O caminho para a Singularidade

Vivemos no hype do ChatGPT (Generative Pre-trained Transformer) e das soluções GenAI, da família dos algoritmos da Inteligência Artificial conversacionais, recentemente lançadas pela OpenAI e outras tecnológicas.

Sempre que surge um avanço tecnológico significativo, uma evolução disruptiva – neste caso um novo chatbot – verifica-se de imediato uma convulsão no mercado. Os early adopters, logo vêm algo que têm de experimentar, e as empresas um potencial novo instrumento de produtividade. 

Esta novidade, não constitui a primeira solução neste domínio – embora seja mais elaborada e rigorosa – sendo mesmo disruptiva, na medida em que potencia alterações da forma de obter e gerar informação, indo provocar impactos em processos de trabalho, com o aumento da eficiência e a redução de algumas tarefas, que podem facilmente ser executadas por máquinas e algoritmos.

O ChatGPT representa, de facto, um avanço significativo neste tipo de modelos. Explica o Prof. Arlindo de Oliveira, investigador e especialista em Inteligência Artificial (IA): Estes modelos resultam da combinação de dois factores importantes: a utilização de uma família de arquitecturas de redes neuronais artificiais (transformadores ou transformers, em inglês) e a aplicação de uma metodologia que consiste em treinar estas arquitecturas com grandes volumes de dados extraídos da Internet. Alguns destes modelos são treinados também com imagens, permitindo associar textos e imagens e executar tarefas relacionadas, tais como gerar uma imagem a partir de um texto.

A mesma empresa tinha colocado no mercado a Dall-E, em 2021, aplicação de Deep Learning que gera imagens digitais, a partir de descrições em texto efectuadas pelos utilizadores. A Prisma Labs, disponibiliza o Lensa, o qual permite editar e personalizar imagens com a utilização da IA. A conjugação destas três soluções é utilizável no domínio do marketing, permitindo criar conteúdos (texto, imagens, vídeo) personalizados – utilizáveis em acções nos media sociais, em assistentes de serviço a cliente, no apoio ao desenho de campanhas, ou mesmo em conteúdos de carácter técnico – no caminho para a integração total destas tecnologias.  

O ChatGPT, lançado há quase um ano, terá atingido os 1,43 mil milhões de utilizadores em Agosto de 2023, com mais de 100 milhões de visitantes activos mensais, batendo todos os recordes anteriores.

Como tudo o que surge de novo, já se começam a tecer os mais diversos comentários, das suas vantagens e perigos: do bot a fazer os exames pelos alunos, dos criativos publicitários a ficar sem emprego, do fim da pesquisa Google, etc.

Na realidade, esta nova solução representa um avanço importante em matéria da Inteligência Artificial, do Machine Learning e do Deep Learning, constituindo um óptimo instrumento para apoiar, quer os particulares, quer os profissionais, na prossecução das suas tarefas. 

Alguns mais conservadores dirão que se trata de mais uma solução que retirará o trabalho de muitos, mas ao longo dos anos sempre foram surgindo inovações que, tirando o trabalho a uns, vieram a criar novas funções para outros. Pode-se citar, de entre outros, a roda, o motor a combustão, o telefone, o automóvel, o computador ou, desde há alguns anos, a Inteligência Artificial. E, nas últimas décadas, as UBER, AirBnB, Amazon, Netflix, Spotify.

Mas é assim, sempre foi e será. A evolução do mundo obriga a uma reciclagem permanente – agora muito mais rápida – das capacidades, das práticas, dos papéis exercidos pelas pessoas nas empresas e na sociedade.  As empresas e os trabalhadores de hoje e do futuro, têm de estar conscientes da necessidade da aquisição permanente de novos conhecimentos, de novas técnicas e novas formas – algumas disruptivas – de fazer as coisas, que e como fazem, e de novas coisas que vão surgindo.

Soluções como estas encetam o caminho para o que se designa por Singularidade, isto é a eventual possibilidade de a Inteligência Artificial vir a ultrapassar a inteligência humana a qual, na perspectiva de Ray Kurzweil, futurista e cientista de dados, poderá acontecer por volta do ano 2045.

Que a Singularidade seja ou não atingida em 2045 – o que, neste momento, é meramente especulativo – será sempre de saudar os novos instrumentos que permitam libertar as pessoas de tarefas repetitivas, ou que estas não tenham capacidade de processar à velocidade de um qualquer computador ou algoritmo. Isso, só irá criar as condições para uma evolução mais rápida das sociedades, conduzindo a uma maior evolução das economias ao serviço das pessoas, que possa gerar mais riqueza, a qual possa ser distribuída por todos os que participem na actividade produtiva.

Carlos Manuel de Oliveira

Outubro 2023

(publicado no website Imagens de Marca)



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