Humantech Marketing. marketing molecular e humano

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São tão tristes, os tristes. Pelo primado da história e da ciência

Nenhuma quantidade de evidência irá persuadir um idiota

Mark Twain

Eles negam a evidência científica. Negam a pandemia, negam as alterações climáticas, negam a História, chegam a negar a ciência, negam sei lá mais o quê. Confundem liberdade e democracia, com a sua desejada suposta liberdade de poder dominar os outros. 

Os negacionistas de direita

Assumem-se, alguns deles, como politicamente de direita – extrema – acenando com os históricos valores da Pátria uns, mais velhos, com memórias passadas de uma sociedade que privilegiava as mordomias e a supremacia de alguns, outros que não passaram por isso, mas que – “ouvindo falar” – ambicionam as “liberdades” de um antigo regime, em que as liberdades de alguns se sobrepunham à liberdade da maioria.

A que se deverão estes comportamentos? Não são certamente por acaso. Implícita ou explicitamente parecem ter uma agenda oculta, ao serviço de forças do passado, mascarados de modernismo evolutivo e reivindicativo, agenda essa quiçá conspirativa, mas bem fácil de perceber os seus intentos.

Defendem o capitalismo selvagem, mascarados de defensores da liberdade total; ignoram o longo prazo, só pensando em si e no que poderão obter de ganhos no seu horizonte de vida; erguem a bandeira do protesto contra tudo e todos; são populistas, assumindo a “badalação” de causas públicas que lhe possam trazer seguidores, votantes; desprezam a sociedade; outros defendem a supremacia de alguns, de herança sanguínea ou do poder de outrora; são machistas, pouco respeitam a Mulher, a diferença e a igualdade; são racistas, xenófobos, homofóbicos; pensam que o mundo deveria ser como na época dos seus antepassados; são fascistas; são tristes.

Alguns deles, de certas famílias, no fundo ambicionam o regresso ao passado, ao domínio dos seus antepassados sobre a sociedade, aos privilégios da Corte. São pobres de espírito, travestindo-se de modernistas e detentores da razão absoluta. 

E os incautos, também aqueles que desejam um poder discricionário, que lhes faça valer o que não conseguem por mérito próprio, aplaudem, vão atrás do palavreado fácil, bacoco, demagogo. 

Os negacionistas de esquerda

Surgem agora outros também que se julgam arautos da democracia e da liberdade – os negacionistas de esquerda – a defender a destruição física de referências à História gloriosa dos Descobrimentos Portugueses, em particular dos séc.XV e XVI.

Muitos aspectos positivos essa expansão teve, na descoberta científica, no caminho do desenvolvimento dos povos, no início do fenómeno da Globalização e de afirmação dos Portugueses no mundo. Também de aspectos negativos essa expansão se caracterizou, no entanto, não é isso que agora deve estar em causa, pois eram outros tempos em que a cultura, os hábitos, os valores, as civilizações, eram diferentes. 

Estes outros negacionistas, outra face da mesma moeda, com a capa da democracia não a desejam, visualizam uma sociedade porventura Orwelliana, em que qual Big Brother e sua Nomenklatura concentrassem e dominassem o poder, tendo os cidadãos como suas meras marionetas. 

Negacionistas de direita e negacionistas de esquerda, quaisquer deles supostos senhores da verdade absoluta, quaisquer deles um perigo para a liberdade e para a sociedade. 

Acabo, recordando-me da estrofe de uma poesia de João Roiz de Castel-Branco, cantada em fado por Adriano Correia de Oliveira, “partem tão tristes, os tristes”. 

Antes partissem! 

(reflexões, provavelmente consequência de um dia de temporal)

Carlos Oliveira 

20 Fevereiro 2021



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